Coleção 3 . Março 2021
Gabriel Bueno & Ana Dora
Ensaios de Março, 2021
Filtro dos Sonhos . Gabriel Bueno
Desenlace . Ana Dora
Gabriel Bueno
Filtro dos Sonhos . Gabriel Bueno
Uma narrativa, uma perseguição. Grão contrastado. No ensaio Filtro dos Sonhos somos convidados a ocupar o papel do voyeur, a nos perder no caleidoscópio. A atmosfera desfocada, a escolha de ângulos, as imagens em movimento, as repetições nos remetem ao mundo onírico. Os sonhos. O filtro dos sonhos no retrovisor do carro abandonado. Gabriel Bueno gosta de fotografar em branco e preto, película, analógica. Ele gosta de caminhar à deriva com sua máquina fotográfica pelas ruas da cidade em que mora. Registra traços da realidade que o contorna. Fura o contorno e nos joga na ficção. Quem são eles? Trata-se de uma memória? Cenas de um filme? Ela está de costas. No chuveiro? Quem é ela? Quem são? Alguém foge de bicicleta. Foge da chuva? ela ou o fotógrafo o persegue, de carro. A mulher está parada no meio da rua, ela observa. Nós observamos por meio do jogo de espelhos. Quem é essa mulher? O carro. Filtro dos sonhos. Não sei se é mesmo um corcel. Ela entra no carrossel? Ele espera. Na sala de espera de um aeroporto. O umbigo do sonho. As ruas perto de sua casa. Cotidiano. Não é justamente disso que se trata? Uma fotografia, o conjunto delas, uma narrativa.
Gabriel Bueno é Designer, chef em viennoiserie, disfarçado de fotógrafo.
Sua fotografia é construída a partir de fragmentos da realidade, nos transportando para um universo imaginário. Para ele, a fotografia analógica permite não ter pressa, e o acalma através do silêncio e do drama capturados pelo filme preto e branco.
Uma narrativa, uma perseguição. Grão contrastado. No ensaio Filtro dos Sonhos, realizado por Gabriel Bueno em parceria com o Espaço Sem Nome, somos convidados a ocupar o papel do voyeur, a nos perder no caleidoscópio de imagens. A atmosfera desfocada, a escolha de ângulos, as imagens em movimento, as repetições nos remetem ao mundo onírico. Os sonhos. Gabriel Bueno gosta de fotografar em branco e preto, película, analógica. Ele gosta de caminhar à deriva com sua máquina fotográfica pelas ruas da cidade em que mora. Registra traços da realidade que o contorna. Fura o contorno e nos joga na ficção. Quem são eles? Cenas de um filme? Ela está de costas. No chuveiro? Alguém foge de bicicleta. Chove. Uma perseguição. Parada no meio da rua, ela observa. Nós observamos um jogo de espelhos. Não é justamente disso que se trata? Uma fotografia, o conjunto delas.
Ana Dora
Ana Dora . Desenlace
“A fotografia começou pra mim antes de ter uma câmera. Como diário íntimo, as fotos vinham ao meu encontro. Não que veja as cenas dentro de quadrantes e linhas retas”, explica Ana Dora. “Vejo inquietude, acontecimentos que escapam”. E, é disso que se trata. O ensaio Desenlace investiga o que foge ao 3x2 da fotografia. O foco está no desenlace da cena congelada. O olhar do gato deslocado. Restringindo intencionalmente o campo de visão, Ana convida o espectador a extrapolar o enquadre e se questionar sobre os limites da fotografia enquanto forma de representação isolada.O ensaio é parte de uma pesquisa visual em curso. “Montei esse projeto, para, investigar a minha maneira de capturar os acontecimentos que vem ao meu encontro”. Segundo Ana, no centro de sua investigação está a força centrífuga - isto é, aquilo que joga o movimento para fora do quadro. Gosto quando a cena extrapola o enquadramento, diz ela. “O zoom invasivo que revela um detalhe que se perderia no dia a dia, as sobreposições, as longas exposições, a imprevisibilidade do movimento. Gosto de brincar com os enquadramentos e re-enquadres, de escolher o que escondo e o que revelo”.
Ana Dora é arquiteta, fotógrafa e investigadora visual. A fotografia começou antes de ganhar uma câmera. Na pintura, no desenho, nas experiências da infância. Eram enquadramentos, movimentos, formas de ver. Hoje fazem parte de uma investigação visual de imagens em movimento como formas de representar o espaço. As ações são investigadas levando em consideração a imprevisibilidade causada pela quarta dimensão, o tempo.
“Não que veja as cenas dentro de quadrantes e linhas retas”, explica Ana Dora. “Vejo inquietude, acontecimentos que escapam”. E, é disso que se trata o ensaio Desenlance, realizado em parceria com o Sem Nome. Desenlace investiga o que foge ao 3x2 da fotografia. O foco está no desenlace da cena congelada. Restringindo intencionalmente o campo de visão, Ana convida o espectador a extrapolar o enquadre e se questionar sobre os limites da fotografia enquanto forma de representação isolada. Segundo Ana, no centro de sua investigação está a força centrífuga - isto é, aquilo que joga o movimento para fora da imagem. O zoom invasivo que revela um detalhe que se perderia no dia a dia, as sobreposições, as longas exposições, a imprevisibilidade do movimento. "Gosto de brincar com os enquadramentos e re-enquadres, de escolher o que escondo e o que revelo”, afirma.